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Contrato de comodato de imóvel: Guia para corretores
Gestão de aluguel

Contrato de comodato de imóvel: Guia para corretores

Se tem alguém querendo morar “de favor” em um imóvel da sua carteira, você precisa desse guia. Nesse texto vamos descobrir tudo sobre o contrato de comodato de imóvel e ver como elaborar um documento seguro e eficiente.

Foto Perfil Autor Zé Fagotti
Escrito por Zé Fagotti
12 Jul 2024·
7 min de leitura

💡 Principais conclusões

  1. O contrato de comodato oferece segurança para quem cede o imóvel. Isso porque ele permite estabelecer regras claras para o uso do bem que é emprestado.
  2. Comodato de imóvel sempre é gratuito. Qualquer cláusula que envolva pagamento descaracteriza e o transforma em outro tipo de acordo, como uma locação.
  3. Essa relação poderia ser considerada uma excelente forma de emprestar imóveis para projetos sociais ou iniciativas públicas.

E aí, meu corretor! Hoje vamos bater um papo sobre um tipo de contrato que pode ser um verdadeiro coringa nas suas negociações: o contrato de comodato de imóvel.

Se você ainda não conhece esse termo ou quer entender melhor como ele funciona, está no lugar certo. Vamos explicar o que é, quais são as regras e como você pode fazer um contrato de comodato. Bora lá?

O que é o contrato de comodato de imóvel?

O contrato de comodato é tipo um empréstimo de imóvel entre amigos. Uma parte, chamada comodante, empresta gratuitamente um imóvel para outra parte, o comodatário, por um tempo determinado.

Os direitos e obrigações das partes envolvidas são regidos pelos artigos 579 a 585 Código Civil em vez da Lei do Inquilinato.

Mas essa é a grande característica deste contrato. Diferente do aluguel, o comodatário não paga pelo uso do imóvel, mas se compromete a devolvê-lo no mesmo estado em que o recebeu.

Benefícios do contrato de comodato

Benefícios do contrato de comodato
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O principal benefício é a segurança jurídica que ele dá ao proprietário. O contrato de comodato de imóvel permite definir e cobrar regras de uso do imóvel cedido gratuitamente, como o prazo, a condição do imóvel e os objetivos específicos. Afinal, o combinado não sai caro, certo?

Outra vantagem é a flexibilidade, pois esse modelo de contrato pode ser usado em várias situações. Seja permitir que alguém more de favor, ceder um terreno para um projeto rural, ou disponibilizar um imóvel para uma ONG ou startup. Tudo isso é possível com o comodato!

Desvantagens do comodato de imóvel

Mas, nem tudo são flores. Como estamos falando de um empréstimo sem custo, ele não oferece garantias em caso de problemas com o imóvel. Isso pode complicar as coisas, especialmente na hora de devolver o imóvel.

Sem pagamento envolvido, o morador pode querer dar uma de espertinho e dificultar a devolução do imóvel. Isso pode gerar conflitos legais e custos extras para retomar a posse.

Quais são as regras do contrato de comodato de imóvel?

Existem algumas regras básicas que regem o contrato de comodato. Conhecer essas regrinhas é essencial para evitar dores de cabeça e garantir que tudo aconteça com tranquilidade.

Gratuidade

De acordo com o artigo 579 do Código Civil, quem cede o imóvel (comodante) não pode cobrar nada de quem recebe o imóvel (comodatário) pelo uso. O comodato de imóveis é sempre gratuito.

Qualquer cláusula que envolva pagamento descaracteriza o contrato e o transforma em outro tipo de acordo, como locação ou empréstimo oneroso.

Prazo

Quais são as regras do contrato de comodato de imóvel?
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Esse tipo de contrato é temporário e tem suas próprias normas pra evitar confusões.

De acordo com o artigo 581 do Código Civil, se não definirem um prazo certinho, vale enquanto o uso acordado do imóvel durar.

Isso quer dizer que quem cede o imóvel não pode pedir ele de volta antes do prazo. A não ser que tenha uma necessidade urgente e imprevista, reconhecida judicialmente. Caso contrário, pode ter que pagar perdas e danos ao comodatário.

Se o contrato não tiver prazo definido, assim que acabar o uso do bem, o comodante deve notificar o comodatário para devolvê-lo. Segundo o artigo 473, a resilição unilateral funciona por uma denúncia notificada à outra parte. A exceção é se o comodatário tiver feito investimentos consideráveis no imóvel. Nesse caso, o término pode ser adiado.

O ideal é sempre estipular o prazo claramente no contrato pra evitar desentendimentos. Se o comodatário não devolver o imóvel no prazo certo, ele pode ser cobrado por perdas e danos.

De acordo com o artigo 582 do Código Civil, se o comodatário continuar no imóvel depois do término do contrato sem acordo, pode ter que pagar um aluguel como penalização.

Responsabilidades

Responsabilidades
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Quem recebe o imóvel, deve cuidar dele como se fosse seu. Isso inclui fazer manutenções básicas e evitar qualquer tipo de dano. E claro, devolver o imóvel nas mesmas condições em que o pegou.

Se aparecer algum dano por uso inadequado, a responsabilidade é do comodatário. Por isso, é importante detalhar tudo direitinho no contrato para evitar qualquer mal-entendido.

Além disso, o contrato pode estabelecer que o comodatário pague taxas e impostos sobre o imóvel, como IPTU, contas de água, luz e outras despesas do período de uso. Em alguns casos, pode até exigir que ele contrate um seguro para cobrir possíveis danos durante o comodato.

E o artigo 582 do Código Civil ainda inclui que o comodatário não pode mudar o uso do imóvel sem autorização do comodante, nem sublocar ou emprestar para terceiros. Então, qualquer desvio da finalidade acordada ou cessão não autorizada pode resultar em cobranças por danos.

Extinção do Contrato

O contrato de comodato pode ser encerrado de várias maneiras:

  • Por vencimento do prazo: Se o contrato tiver um prazo determinado, ele acaba assim que esse período chega ao fim.
  • Por necessidade urgente do comodante: De acordo com o artigo 581 do Código Civil, se tiver um imprevisto urgente, o contrato pode ser encerrado mesmo antes do prazo.
  • Por descumprimento das obrigações: Se o comodatário não cumprir suas obrigações, o comodante pode rescindir o contrato e exigir a devolução imediata do imóvel.
  • Por mútuo acordo: As partes podem, a qualquer momento, decidir conjuntamente encerrar o contrato.

Formalização

Mesmo que a lei não exija o registro do contrato de comodato de imóvel em cartório, é uma boa prática reconhecer firma das assinaturas. O contrato deve ser feito por escrito, detalhando todas as condições acordadas.

Exemplos práticos de uso do contrato de comodato

Vamos ver algumas situações práticas onde o contrato de comodato pode ser super útil:

  1. Imóveis para familiares: É comum em situações onde um membro da família cede temporariamente um imóvel para outro membro usar. Por exemplo, um pai que tem uma casa extra pode deixá-la para seu filho morar enquanto ele economiza durante os estudos ou no início da carreira
  2. Espaço para startups: Uma empresa pode ceder um espaço não utilizado no escritório para uma startup que está começando. Isso pode fomentar novos negócios e futuras parcerias.
  3. Propriedades rurais: Um fazendeiro pode oferecer parte de sua terra para um vizinho plantar. Dessa forma ele mantém o terreno produtivo sem precisar vender ou alugar formalmente.
  4. Projetos sociais: Imóveis podem ser cedidos para ONGs que desenvolvem projetos comunitários. Uma bela forma de contribuir para o bem comum!
  5. Serviços públicos: Governos frequentemente usam o comodato para ceder imóveis a entidades como instituições de caridade.

Como fazer um contrato de comodato de imóvel?

Como fazer um contrato de comodato de imóvel?
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Elaborar um contrato de comodato de imóvel pode parecer complicado, mas na verdade é bem tranquilo. Vamos ver alguns pontos importantes para fazer isso, sem dor de cabeça!

  1. Identificação das partes: Comece com os dados completos. Inclua nome, endereço, documento de identidade, etc. Assim, todo mundo sabe quem é quem na história.
  2. Descrição do imóvel: Quanto mais detalhado, melhor. Isso evita qualquer disputa sobre o estado ou sobre o que exatamente foi cedido.
  3. Finalidade do uso: Explique claramente para que o imóvel será usado. Isso ajuda a garantir que o imóvel não seja utilizado para atividades não autorizadas.
  4. Prazo do contrato: Se puder, inclua uma cláusula sobre a possibilidade de prorrogação do contrato, caso ambas as partes concordem.
  5. Obrigações do comodatário: Especifique quem deve arcar com as manutenções. Detalhe o que o comodatário pode ou não fazer. Esclareça quem é responsável pelo pagamento de contas de consumo, impostos e taxas.
  6. Termos de devolução: Se necessário, inclua uma cláusula sobre a realização de uma vistoria antes da devolução.
  7. Penalidades: Multa por atraso na devolução do imóvel, indenização por danos, uso indevido ou alteração não autorizada do imóvel, por exemplo.
  8. Assinaturas: Se possível, reconheçam firma em cartório para maior segurança jurídica. Isso formaliza o acordo e pode ajudar a evitar problemas legais no futuro.

Cuidados ao elaborar um contrato de comodato

O contrato de comodato pode ser uma mão na roda, mas é bom ficar ligado para não ter dor de cabeça depois.

Consultoria jurídica

Pra começar, é sempre bom ter um advogado na jogada. Eles ajudam a garantir que todas as regras do jogo estejam certinhas e dentro da lei. Claro, tem que escrever tudo de um jeito que todo mundo entenda, né? Assim, ninguém fica perdido no meio do caminho.

Análise do histórico do comodatário

Mesmo sem grana envolvida, é esperto dar uma olhada no histórico do futuro comodatário. Dá pra saber se ele vai conseguir honrar o contrato de comodato de imóvel sem problemas, mesmo que seja pagando só as contas de consumo.

Além de ver o score de crédito, é bom conferir se ele não tem antecedentes judiciais que pode trazer confusão pro negócio.

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Foto Perfil Autor Zé Fagotti
O autor

Zé Fagotti

Zé Fagotti é redator na Alude. Especializado em redação criativa pela Redhook School e apaixonado por empoderar profissionais através do conhecimento prático. Com mais de 10 anos de experiência na web, Zé já produziu diversos blogs, programas de rádio, TV, colunas de revistas e agora demonstra essa paixão escrevendo artigos que ajudam a Alude na missão de descomplicar mercado imobiliário para corretores, imobiliárias e administradores de imóveis. Ele domina a arte de traduzir leis complexas em linguagem simples e acessível, além de trazer estratégias imobiliárias e dicas de gestão de aluguel, transformando o conhecimento em uma ferramenta poderosa para o sucesso dos seus leitores. Nas horas vagas o Zé não desgruda do seu filho Inácio e se você não encontrar ele escrevendo ou com o bebê, provavelmente ele deve estar no tatame treinando karatê.

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